A política de austeridade agravou o declínio da região Norte: a população desempregada atingia, em Junho de 2014, quase 277 mil pessoas, e quase 50% estavam desempregados há mais de 2 anos. A taxa de desemprego de jovens (dos 15 aos 24 anos) voltou a subir, atingindo quase 38% (era 32% em Junho de 2013 e 26,5% em 2011). O salário médio mensal líquido dos trabalhadores da região Norte (756€) continua abaixo da média nacional (812€). Mas cresceu (2,2%) o número de horas de trabalho na região. O comércio da região Norte é quase todo feito com a U.E: cerca de 79% das exportações e quase 85% das importações. Os últimos dados do Eurostat relativos aos PIB regionais referem-se a 2011: das 272 regiões NUTS2 da U.E., a região Norte tem um PIB por habitante (PIBph) de 13.000 euros, que é apenas 62% da U.E. Em 2009 o PIBph da região Norte ainda representava 65%. A região de Lisboa tinha em 2011um PIBph de 107% da U.E/28, seguindo-se a Madeira (99%), Algarve (79%), Açores (72%), Alentejo (70%), Centro (64%).Apesar da região Norte ser a maior exportadora do país, continua a ser a mais pobre destas 7 regiões do país (5 do continente + 2 regiões autónomas). Quanto ao novo Qren (2014/2020) que totaliza 21 mil milhões de euros, o programa regional Norte terá 3,3 mil milhões e haverá também 4 programas temáticos (em vez de 3, como nos programas anteriores).
A situação de empobrecimento da região Norte e a necessária afetação de verbas comunitárias ao emprego e desenvolvimento da região Norte, foram os temas da reunião. No final a agência noticiosa Lusa difundiu as seguintes declarações do João Semedo:
“Para o investimento necessário, a região Norte deveria beneficiar de metade das disponibilidades dos próximos fundos comunitários, mas isso não está garantido porque, mais uma vez, os interesses que se concentram e residem em Lisboa impedirão que isso assim seja”, sublinhou João Semedo em declarações à Lusa, após uma reunião no Porto com Emídio Gomes, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte.
O coordenador do Bloco lembrou que é nesta região que se concentra o maior índice de pobreza e o maior número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Mas também uma das mais elevadas taxas de desemprego, em particular o desemprego jovem. “Não estamos a pedir nenhuma situação de exceção ou especial favor, mas queremos que se olhe para a região Norte, que sistematicamente é prejudicada, com outros olhos e maior investimento”, afirmou Semedo.
“Esta região foi uma vítima privilegiada das políticas da troika”, prosseguiu o deputado eleito pelo Porto, destacando o peso da Região Norte no total de exportações do país e o seu contributo para a criação de riqueza no país. Para ajudar a reverter a situação, João Semedo defende que a Região Norte deve ver reforçado o financiamento no âmbito do quadro comunitário 2014-2020, com destino a projetos que possam criar postos de trabalho e diminuir a carência de infraestruturas.